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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Fim do capitalismo

OP - Em Colapso da Modernização o senhor traça algumas prognósticos para o capitalismo. Alguns desses prognósticos, segundo o livro, seriam concretizados num prazo de dez anos. Pela data do livro, 1991, algumas das teses já deveriam estar acontecendo. O senhor revê hoje alguma posição apresentada no livro? Mais: depois de anunciado por diversas vezes anteriormente, a idéia do fim do capitalismo é defendida amplamente pelo Grupo Krisis. O que o leva a crer que, desta vez, o capitalismo será de fato enterrado?
Kurz - Eu não vejo razão porque rever alguns prognósticos. Muitos deles estão em curso. Na verdade, todos. Após a queda do Muro de Berlim, não foi possível integrar positivamente ao mercado os países do Leste da Europa. Muitos liberais pensavam que, nos anos 90, iria se abrir um mercado muito grande no Leste europeu. E isso não aconteceu. Em segundo lugar, os países que serviriam como uma esperança ao capitalismo - os tigres asiáticos - viveram grandes crises econômicas, o que demonstrou que as esperanças que se tinha em torno do crescimento dos países do Sudeste - a ``Era do Pacífico'' - eram muito exageradas. Os liberais imaginavam anos pacíficos na região, o que não ocorreu. Isso prova que os conteúdos materiais esperados e fantasiados para um novo boom centenário da economia real não puderam ser demonstrados a contento.


Nenhuma das disfunções econômicas apontadas foi ainda resolvida. Enormes obstáculos têm impedido profunda mudança na supervisão e regulação financeira, para minimizar a fragilidade do sistema financeiro desregulamentado que permitiu o surgimento e fomentou a expansão do SBS. O fato de o andamento dessas reformas ter deixado muito a desejar amplia o risco de repetição de eventos análogos. Quanto à situação na Europa, muito pouco se fez para corrigir os defeitos “genéticos” da moeda única europeia. A deterioração continua sua marcha inexorável, agravada pela ameaça de iminente moratória da Grécia, que pode desencadear efeito dominó em outros países da região.

Uma terceira fase da crise poderá ter impactos tão mais devastadores quanto menor for o raio de manobra das políticas anticíclicas e de aporte de liquidez, pelo menos até que as autoridades econômicas e políticas, diante da ameaça de deterioração econômica extrema, decidam que é imperativo agir em conjunto para impedi-la. Resta esperar que, neste momento, verifique-se a afirmação de Churchill, num discurso à Câmara dos Comuns, em 1935:“A falta de visão, a falta de vontade para agir quando seria simples e eficaz, a falta de clareza de raciocínio, a confusão, duram até que a emergência aconteça, até que o instinto de autopreservação atinja seu nível mais elevado. Essas são as características que constituem a repetição sem fim da história”.

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